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terça-feira, 26 de janeiro de 2010
Entrevista: Edmour Saiani - NRF 2010.
No começo do mês, aconteceu em Nova Iorque a 99a. edição da NRF, evento de grande destaque no varejo mundial, onde são anualmente discutidas e apontadas as tendências e expectativas para o mercado. Para falar sobre o assunto o Falando de Varejo convidou o consultor Edmour Saiani, da Ponto de Referência que esteve por lá e agora nos conta as principais novidades.
Falando de Varejo (FV): Não dá para falar sobre o ano passado sem citarmos a crise ou os aspectos negativos ou positivos que se pode extrair desta para todos. Nesse ano, qual foi o foco da feira? Os americanos ainda sentem o efeito da crise, sob o aspecto do consumo? Quais ações os varejistas tomaram para buscar o reaquecimento do consumo?
Saiani: Sim, e muito. Ainda estão com um misto de medo e humildade. Mais incerteza do que medo nesse ano. Mas ainda estão humildes. Os caras fizeram muita coisa. Tendências e pendências. Voltaram a focar o consumidor, ou pelo menos a falar mais nisso e em atendimento como fonte de manter o Cliente. E os bem sucedidos se vangloriam de ter uma coisa que todo mundo deveria ter, mas não tem: uma cultura empresarial que dê prazer às pessoas que trabalham na empresa. Claro, sustentabilidade e redes sociais ainda estão nas tendências.
Saiani: Claro que o de luxo sentiu mais. Principalmente porque o mercado aspiracional de luxo teve o seu tapete puxado e ganhou consciência, ao mesmo tempo em que perdeu o poder de consumir coisas de menor necessidade. Todo mundo ficou no que precisava. O que eles desejavam continuou como sonho. O varejo popular nadou de braçada e cresceu mais do que a média. Afinal, downtrading no mundo inteiro causa isso. Quem comprava na Abercrombie foi para a American Eagle. Quem comprava na American Eagle teve que descer pra Uniqlo. E quem comprava na Uniqlo mergulhou na Target. FV: E o que pode ser observado ou que de fato ocorreu no comportamento de compra do consumidor americano? Como a crise afetou sua maneira de consumir e comprar?
Saiani: Muito mais conservadorismo, análise crítica na hora da compra e tentar comprar o mesmo que comprava antes, ou menos, por muito menos. FV: Em termos de novas tecnologias no ponto de venda, o que virá pela frente? Quais as tendências? Saiani: Mais do que tecnologia no ponto de venda, onde o RFID ainda é uma tendência, o que causou interesse de todos foram as redes sociais. O Cliente sabe mais das marcas do que elas dos Clientes. As redes sociais vão permitir que as marcas conheçam melhor os seus Clientes. Elas são a coqueluche da tecnologia. Meu Deus, coqueluche é muito velho. FV: No Brasil a principal preocupação de varejistas e de alguns setores da indústria está nas grandes fusões que estão sendo realizadas e nas especulações de novas fusões que vem sendo divulgadas pelo mercado. Os maiores grupos varejistas vêm anunciando investimentos e expansões recordes para este ano dentro do mercado brasileiro. Lá fora, a tendência observada é a mesma, ou existe uma maior precaução nesse sentido?
Saiani: O Brasil está atrasado nisso. Lá as fusões já aconteceram há anos. Os mercados são muito mais concentrados. O Brasil só está reproduzindo o que lá já acontece. FV: Por último, pode ser observado que há uma série de eventos ocorrendo nos próximos dias, por diversas entidades, sobre o que foi observado na NRF 2010, inclusive alguns onde você participará como palestrante. Poderia nos falar mais sobre esses eventos?
Saiani: A gente não organiza nenhum evento. Mas participa de muitos. Da Azov no Rio, dia 27, e em Sampa, dia 28, que são os melhores porque juntam a opinião de consultores nota mil, organizado pelo meu amigo Luiz Antonio Secco. Do CDL de Porto Alegre no Almoço do Varejo, amanhã, dia 26. E na ABF, sexta, dia 29, de manhã. Ah, tem dia 9 na Associação Comercial em Sampa. Abaixo, alguns eventos, que também podem ser vistos em nosso site: www.pdr.com.br
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