terça-feira, 23 de novembro de 2010

Pra quem ainda não leu - aproveitando o embalo da Convenção da ABF - Franquias de Corpo e Alma

Franquias de corpo e alm

Franquia e a esperança

Não há como se negar a importância social do sistema de franquias.

Considerando que o sistema de Franchising se desenvolveu como forma de expandir rapidamente e a baixo custo micro e pequenas empresas, e que estas são geradoras da maioria dos empregos no país, fica comprovada a importância do setor no Brasil.

Além de gerar empregos profissionalizantes para empregados carentes de oportunidades, ajudou e ajuda a manter a auto-estima de uma grande quantidade de executivos muito bem-preparados que viram o fim do seu ciclo profissional de assalariados de luxo chegar. Pior: sem que tivessem algum lugar parecido com o que estavam acostumados para ir.

Porém, foram muitos os erros cometidos e o que era uma esperança em muitos casos fracassou.

Foram erros de diversas naturezas: de formatos – franqueadores ávidos por agradar a todos os mercados abrindo franquias diferentes com diferentes mix de produtos e consequentemente perda de foco; erros de velocidade de expansão – franqueadores abrindo franquias sem critério para chegar ao ponto de equilíbrio do negócio; erros de momento de expandir – franqueadores que ainda não sabiam ainda sequer operar sua unidade própria, iniciando um processo de expansão.

Isso do lado do franqueador.

Do lado do franqueado, em geral, os erros foram de falta de vocação para o varejo, falta de liderança e falta de capacidade gerencial.

Mas erros são feitos para serem corrigidos e para que se aprenda com eles. O sistema de Franchising cresce e se consolida no Brasil e no mundo.

O que é importante, não é o que consta no atestado de óbito das franquias, mas a notória falta de alma dos empreendimentos que fracassaram e dos que fracassarão se não se revirem a tempo.

Franquia e as pessoas

Todo mundo sabe que franquia é um processo muito inteligente para se expandir um negócio. Pessoas que têm ideias brilhantes convencem pessoas que têm recursos financeiros e não sabem onde aplicar a aderir a um modelo de negócio.

Aí começa o problema. Quem é o melhor franqueado?

O melhor franqueado é aquele que tem recursos financeiros e quer aplicar? Ou aquele que quer se realizar através de um trabalho onde possa exercer suas competências.

Claro, resposta número dois.

Outro dilema: quem é o melhor franqueado? O empreendedor ou o empresário? A palavra empreendedor tem que ser muito bem explicada para quem quer se candidatar a franqueado.

Empreendedor é aquele que se presta a inovar, ter ideias novas e criar conceitos.

É esse o parceiro que você está pronto a ter como parceiro para a vida?

Ou é melhor alguém que seja empresário? Alguém que faça funcionar muito bem uma ideia que alguém teve?

Ou pior ainda: o que você quer é ter empregados de luxo que se virem para tocar o negócio que você inventou. Calados. Sem dar opinião... Só batalhando para atingir as metas que você definiu?

É bom refletir.

Só lembrar, como me fez [re]pensar o Mário da Spoleto: dono de negócio tem que estar todo dia no negócio. Se o seu franqueado é o seu representante ele tem que estar todo dia no negócio. Varejo é um negócio duro, mas o varejista não nasceu para sofrer. Tem que estar todo dia no negócio de alma para que o corpo do negócio esteja forte. Mas a alma do varejista tem que estar bem. E presente...

Franquias do século XXI

As franquias em geral querem empresários que toquem o negócio.

As piores preferem empregados de luxo.

As do século em que estamos vivendo querem um pouco de cada vocação do seu franqueado.

Um pouco do empregado que segue a missão da empresa e atinge as metas.

Um pouco do empresário que consegue superar metas continuamente.

E um pouco do empreendedor que além de atingir e superar metas, ajuda a renovar o conceito do negócio.

Coisa de maluco? Pode parecer, mas é mais para esperteza que maluquice.

Se um negócio conta com mais de 100 parceiros porque não contar com que esses parceiros criem e inovem?

O mix de energia ideal para um franqueado é 80% trabalhando para fazer as coisas como você recomendou e bater as metas.

15% tentando superar as metas e melhorar os processos.

E 5% tentando fazer coisas que a sua franquia não recomenda. Mas se ele fizer e tiver sucesso, estas ações de inovação se incorporarão ao patrimônio da marca e ajudarão sua franquia a se tornar uma franquia do século XXI – renovável. Auto-renovável. Energia de dentro agitando o conceito.

O sistema de franquia é tão inteligente que até nesse ponto leva vantagem sobre as empresas. Nas empresas o empregado é muito mais obediente e luta para manter o emprego. E desafia pouco a instituição.

Na franquia, o franqueado ideal faz os 95% de obrigação, mas mantém os 5% de rebeldia criativa e fica pensando num jeito de fazer coisas que o franqueado não recomendou.

Você decide, quer uma franquia onde você é Branca de Neve e o resto do pessoal os 145 anões?

Ou quer uma em que todos sejam construtores do seu negócio?

Franquia e as relações

Na grande maioria dos sistemas de franquia a informação e energia que fluem do franqueador para o franqueado é orientação sobre processos que garantam a entrega do produto da franquia.

Conheço poucas franquias onde o franqueador está tão preocupado com a qualidade e a motivação das pessoas quanto com o processo e o produto.

Precisa estar!

O Cliente se preocupa com a qualidade da pizza, mas se preocupa e muito com o que o entregador faz ao entregar a pizza.

Ou com a cara de quem está no caixa.

E mais, com como está o franqueado no dia a dia. Se está bem, se está precisando de ajuda, se está precisando trocar um ideia para ter ajuda em algum assunto que a franquia ainda não o ajudou...

Franquias de corpo e alma

Se você leu até aqui já pode avaliar. Sua franquia é de corpo? Ou de corpo e alma?

Você tem que decidir. E mudar.

Comece já.

Senão quando a sua franquia morrer você nem vai saber onde enterrar o corpo. A alma? Não se preocupe. Se sua franquia tiver alma ela não vai morrer.

Posted via email from edsaiani's posterous

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