terça-feira, 13 de outubro de 2009

Desobediência - O problema comum às Gerações X, Y, Z, ou T, D e todas as que ainda estão vivas - tire proveito dela

Já ouvi falar muito da geração Y. Na verdade, ultimamente só se fala nesse pessoal, por mais improdutivo que ele ainda seja. Só pelo medo do estrago que eles possam causar já viraram assunto de pauta de todas as publicações. Algumas pessoas dessa tal geração já trabalham na minha empresa. E não tenho muito problema com elas. Apesar disso não sei exatamente quais são todas as características da tal geração, mas sei que ela não é o maior problema que ameaça a formação de equipes comprometidas e integradas nas empresas.

Para mim só existe a geração Y se pensarmos em consumidores, aí vale ter o estereótipo como guia para saber como atrair esse povo pra comprar da gente um dia.

Mas como membros da equipe, geração Y não existe. Existem pessoas da dita geração Y que trabalham na minha empresa. Como líder, tenho que esquecer de que geração a pessoa é e conhecer cada um cada vez melhor para entender se e o que posso fazer para ajudar que ela se torne cada vez mais bem sucedida e melhor.

Não interessa a qual geração elas pertençam por data de nascimento. Tratar gente pela geração em que ela nasceu é mais ou menos igual a gerenciar a vida pelo que a gente leu em horóscopo de jornal: impreciso e nada orientador.

Eu acho que, como executivo que fui, tinha muitas características de Y mesmo sendo um pré-X. A vida toda. Sempre tentei me conectar, facilitar a vida de todos que estavam do meu lado com ferramentas de tecnologia da informação, na minha época, automação. Introduzi muitos dos caras das minhas equipes no mundo da informática e de ferramentas de ponta em computação. Tudo para ajudá-los a economizarem tempo. E para não terem que realizar tarefas “que macacos poderiam fazer” como diria o filho da Mônica, minha amiga. E sempre quis ser tratado como um indivíduo. Com as minhas vontades e necessidades e com as minhas competências e méritos. E, obviamente com os meus problemas. Como não consegui me adaptar às empresas e líderes, abri a minha empresa. Mas o que realmente ficou na minha experiência do mundo corporativo, desde meus tempos de executivo com carteira assinada, é um questionamento ao jeito de liderar da maioria dos chefes de empresas de qualquer tamanho. Eles não se dão ao trabalho de conhecer as pessoas com quem trabalham. Não doam nada além do salário e querem em troca uma coisa asquerosa para se cobrar do ser humano em tempos atuais: obediência. É horrível trabalhar num lugar onde lhe pedem para apenas fazer o que foi pedido. Isso limita o ser humano. E em empresas sem cultura de individualidade isso transforma o ser humano que nela trabalha num robô. Nas atividades físicas e intelectuais. Bons tempos os de fábrica quando se exigia que os funcionários da linha de produção agissem com os braços conforme o combinado. Agora se exige que todos ajam com os braços e a cabeça conforme o combinado.

Por isso as empresas têm tanta dificuldade de atender ou inovar. Essas duas atividades requerem muito mais que obediência às regras ou conformidade com os padrões. Quem segue as regras e se conforma com os padrões jamais vai atender bem ou inovar.

Quem quer atender ou inovar precisa incentivar a desobediência. Claro, para isso é necessário que se tenha muita confiança em quem representa a empresa e faz em nome dela.

Na sua empresa impera a confiança ou ela quer manter o controle para compensar a desconfiança?

3 comentários:

  1. Ficou muito bom esse texto!
    Você só confia se conhece, convive, trabalha a liberdade com monitoração de riscos e também permite que haja erros.
    A inovação vem do abandono de " isso não é problema meu"; " não sou pago para isso"; isso não foi o que combinaram para eu fazer" ...
    Gentequeseimportagentequeseimportagentequeseimportagentequeseimporta

    bj

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  2. Adorei! É realmente o que temos visto nas empresas onde temos oportunidade de desenvolver projetos.
    Querem inovação mas só patrocinam obediência
    O texto tá inspiradíssimo!

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  3. Professor Edmour,

    Quando li o texto acima foi remetido de imediato a confiar ainda mais na empresa que trabalho e também a tudo que aprendi contigo!

    Fui seu aluno em 2007 nas disciplinas Marketing de Serviços e Marketing de Relacionamento no curso de Pós-graduação em uma Universidade da Bahia na qual voce é um dos professores titulares.
    Hoje faço questão de compartilhar com você toda a minha alegria de poder visitar a base do Brasil, Comandante Ferraz, na Antártica! Tal conquista foi obtida através de transformar em atitude o que a maioria das pessoas só escreve no papel... O FAZER ACONTECER!!! Coisa que você mais defende em um empreendedor / inovador de sucesso. Coloquei na prática tudo que aprendi nas minhas pós, e principalmente os conhecimentos obtidos contigo dentro da minha companhia, participando de uma gincana cujo foco foi avaliar o conhecimento dos seus colaboradores através de 800 perguntas sobre a empresa, ecologia e outras. Depois inventar uma foto e após gravar um vídeo sobre características (VALORES) da companhia podem ser observados na prática através da imagem dos seus funcionários...
    Deste evento participaram 1400 colaboradores para apenas 3 vagas! Uma delas eu conquistei! Na verdade conquistamos juntos!



    Muito Obrigado Professor!

    Francisco Assis Almeida Júnior

    EX- ALUNO MBA MKT SALVADOR - BA

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