A gente usa o nosso tempo para trabalhar, comer, dormir e para entender para que viemos ao mundo. Exatamente para que viemos ao mundo ninguém descobriu ainda, mas não há dúvida de que não viemos ao mundo para vivermos presos. A parte principal do “como” vamos viver é o tesouro da liberdade.
Eu decidi ser livre.
A sensação de prisão começa quando adquirimos a consciência do quanto dependemos da aprovação dos nossos pais para fazer o que queremos. Sem falar do útero materno que é nossa primeira “cela”, a infância é uma dependência boa porque como ainda não temos asas para voar, melhor ficar embaixo das asas de quem tem. A pré-adolescência começa a nos mostrar que ir onde eles querem é chato e às vezes é muito melhor estar com quem conhecemos fora de casa. A negação dos pais nos traz uma sensação estranha. Não sei se vocês se lembram da primeira viagem planejada com os amigos, negada incondicionalmente pelo comitê decisório “meu pai + minha mãe” dizendo não. O “não” recebido é ardido, dói profundamente, nos leva a uma sensação de que vamos perder uma coisa que nunca mais será recuperada. Não é a viagem que perdemos. É a liberdade de escolher nosso caminho que ainda não conquistamos.
A vontade gigantesca de que a escola acabe é outra carta de alforria que desejamos profundamente. A rotina de estudar coisas que a gente nem sempre sabe se vai usar na vida, de ser avaliado por professores que nem sempre têm a grandiosidade de merecer serem avaliadores, num critério nem sempre muito honesto, é um dos nossos grilhões.
A escolha da profissão outra gaiola na qual nos metemos. Nessa entramos voluntariamente. Claro, quando nossos pais têm a clarividência de não querer escolher a profissão que deveremos exercer. Mesmo entrando voluntariamente, às vezes erramos, muitas vezes na verdade, e, de novo nos sentimos presos.
Evoluímos na vida e ao trabalharmos somos obrigados por quem nem sempre respeitamos a fazer coisas que nem sempre queremos ao lado de gente de quem nem sempre gostamos. Claro que o contrário existe. E raras vezes somos liderados por gente de respeito e fazemos coisas que amamos.
E casamos. E temos que jurar que vamos viver com a pessoa com que casamos haja o que houver. E ainda tem a prisão de ser pai. Quase que perpétua. Prazerosa, realizadora, mas perpétua. P.S. Essa é domiciliar, se você não se separar.
E não para aí. A gente por vezes decide encontrar nosso próprio caminho, ter nosso próprio negócio e nos sentimos presos à decisão que tomamos. A vida é um labirinto de gaiolas nas quais nos metemos.
Eu decidi ser livre.
Evoluir para a liberdade é ter a chave das gaiolas. Uma a uma. Coragem, força e competência para sair de arapucas aparentemente indestrutíveis. Ganhar a confiança dos pais para conquistar o direito de ir e vir por mérito de usar bem a autonomia. Sair de escolas onde não escolhemos estudar, de casamentos que não conseguimos que fossem eternos, de chefes que não merecem o nosso esforço, de empregos que não nos deixam acordar felizes, de empresas que nos pagam menos do que a chateação que é trabalhar nelas.
Eu decidi ser livre.
A parte mais importante da minha felicidade não é realização nem dinheiro, é me sentir livre para fazer o que quero. Com quem quero. No tempo que quero. Não sei se é para isso que eu vim ao mundo, mas com certeza foi uma maneira maravilhosa que eu escolhi de viver por aqui.
QUERIDO ED...AMEI !.. FIQUEI PENSANDO ...ATÉ PODEMOS NOS TORNAR PRISIONEIROS DE NOSSA LIBERDADE ,MAS ESSA CONDIÇAÕ , SEM DUVIDA , É MAIS ESPAÇOSA . O PASSE DO IR E VIR LEGITIMADO/SABOREANDO OS PASSOS DO CAMINHO/PROCESSANDO A DIGESTAÕ DE UM SER CADA VEZ MAIS RENOVADO.GRATA/ BJS /LIDIA/NAMASTE
ResponderExcluirBruxo, parabéns!
ResponderExcluirMuito legal mesmo.
Eu também estou decidindo a cada dia ser livre e só fazer o que gosto, com quem gosto...tenho que te agradecer porque tu és parte dessa minha liberdade.
Realmente fazer o que faço é muito priceless!
Acho que vai sair mais um livro: dicas do Bruxo para viver melhor!
Esses de auto-ajuda que deixam o cara bem rico!!! kkkkk
BeijOCAs
Oca
ResponderExcluirquando a gente se descobre as coisas são maravilhosas.
precisar, querer e gostar é o lema da vida.
beijo
Lídia
ResponderExcluiresse é o caso: prisioneiro da liberdade é tudo de bom.
o espaço é grande e o ar puro.
ou, pelo menos filtrado...
beijão Lídia
Edmour,
ResponderExcluirSuas palavras me remetem ao momento em que li o livro "O Deus das Pequenas Coisas". Existe um Deus que vive nas pequenas coisas da vida. Mas a gente se prende às grandes coisas. Queremos o que é grande. Grandes castelos também são grandes prisões. Grande garoto. Grande amigo. Grande aos olhos alheios. Grandes máscaras são pesadas e, às vezes, inevitáveis. Mas a sociedade sempre prestigia o grande, não é?
Por favor, escreva mais. Dê linha na pipa. Voe alto nesse espaço.
Robinson (mec 78)
Robinson
ResponderExcluirque bacana teu comentário.
é daqueles que são melhores que o post.
abraço grande